De 1 a 5 de junho, em Lisboa, Portugal, aconteceu mais uma edição do congresso anual da Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica – EAACI, no qual profissionais de saúde e representantes de associações de pacientes de todo o mundo (e o Alergia Alimentar Brasil – Põe no Rótulo está entre eles) compartilharam seus conhecimentos e experiências sobre alergia alimentar, anafilaxia, dermatite atópica, esofagite eosinofílica entre outras alergias.
No primeiro dia, dentro da programação do Congresso, aconteceu o Simpósio Luso-Brasileiro, que contou com a participação de profissionais de Brasil e Portugal, entre eles, Drs. Renata Cocco, Dirceu Solé, Norma Rubini, Alexandra Santos, Bruna Aquilante, entre outros.
Dra Renata Rodrigues Cocco, coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Asbai, abriu o simpósio com o tema “Diagnóstico Molecular da Alergia Alimentar”. Em sua palestra, ressaltou os quatro pilares para o diagnóstico da alergia alimentar:
– história clínica
– exames complementares quando indicados (ressaltando que os testes de IgG não são indicados)
– dieta de restrição
– teste de provocação oral (padrão ouro para o diagnóstico)
O Alergia Alimentar Brasil, representado por suas fundadoras, Fernanda Mainier Hack e Cecilia Cury, participou de uma atividade de simulação de casos para diagnóstico na “Clinical Village”, área do Comitê de Pacientes do EAACI dedicada à divulgação de processos e de equipamentos que podem assessorar no diagnóstico e no tratamento das alergias).
A tradicional Run & Walk Beat Allergy, uma atividade que visa aumentar a conscientização sobre as alergias, aconteceu no domingo e também contou com a participação do Alergia Alimentar Brasil.
Entre os diversos temas relevantes abordados durante o Congresso, destacamos a apresentação da pesquisadora brasileira Luciana Tanno, sobre anafilaxia e alergia alimentar e a importância de termos mais dados estatísticos, bem como o Workshop “Food allergy and allergy to vacine”, no qual Fernanda Mainier Hack abordou nas discussões a questão da presença de proteína do leite na vacina tríplice viral (veja mais sobre o assunto aqui).
Ao fim de 5 dias de intensa atividade, podemos destacar que (i) a alergia alimentar vem crescendo e é cada vez mais importante discutir a correção do diagnóstico, estratégias para prevenção e alternativas para o tratamento (especialmente das alergias mais graves e persistentes), (ii) o paciente com alergia alimentar (e seus responsáveis) precisam ser ouvidos com atenção e entender os prós e contras dos tratamentos propostos, recebendo dos profissionais de saúde todas as informações necessárias, a fim de poder decidir de maneira consciente e informada sobre as possibilidades de tratamento, (iii) precisamos avançar nos critérios para definição de anafilaxia, no correto apontamento nos prontuários dos tratamentos de emergência, a fim de ampliarmos o acesso aos dispositivos autoinjetáveis e (iv) atentar para que os impactos sociais e econômicos das alergias alimentares sejam bem cuidados.